sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A Mãe Coelha e a Menina que não gostava de cenouras



As crianças e os legumes. É sempre uma chatice! Um dia fiz arroz de cenoura e a Marta fartou-se de reclamar. Com esta história comeu tudo e foi olhar-se ao espelho a ver se os seus olhos pareciam faróis...

Era uma vez uma menina que se chamava Eduarda. A Eduarda gostava muito de passear pela floresta, a ver os animais, a cheirar as flores, a ver as abelhas a levar o pólen para fabricar mel.

Um dia a Eduarda distraíu-se e andou demais. Tanto que, quando reparou, a noite já caira e não se lembrava do caminho para casa.

Começou a chorar, com medo da escuridão. Numa toca uma coelha ouviu-a e veio em seu auxílio.

- Que se passa, menina? Estás perdida? - perguntou-lhe a coelha.

- Sim, andei, andei e agora não sei o caminho para casa - e chorou com mais força, desesperada

- Calma, hoje não vale a pena andares pela floresta. Está a ficar frio e deves ter fome. Anda comigo para a minha toca. Jantas comigo e com os meus filhos coelhos e dormes connosco.

Lá foram as duas, com a menina mais conformada.

Entraram na toca e estava quentinho e cheirava tão bem.

- Estes são os meus dez filhos coelhos. Estão todos com fome, por isso vamos comer.

A Eduarda sentou-se à mesa com os coelhinhos, mais animada e esperou que a mamã coelha trouxesse o jantar. Estava mesmo cheia de fome.

- Sopinha de cenoura - disse a mamã coelha

Os coelhinhos bateram palmas. Adoravam cenouras!

- Não gosto nada de cenouras - disse a Eduarda muito triste

- As cenouras fazem muito bem. Não vês como os olhinhos dos meus meninos são tão brilhantes e os dentes tão branquinhos? - dizia a mamã coelha - Vais ver que se comeres a sopinha, os teus olhos vão ficar brilhantes como uma lanterna

- Está bem - disse a Eduarda cheia de dúvidas

Provou a sopa, uma colher bem pequenina, abriu os olhos e disse:

- Que maravilha! Está deliciosa!

E comeu a sopa toda.

- Agora vamos comer bifinhos de cenoura - disse a mamã coelha

A Eduarda torceu o nariz.

- Bifinhos de cenoura???? Mamã coelha, deve ser horrível!

- Vá, prova. Dizias que não gostavas de sopa de cenoura e comeste tudo.

Provou um bocadinho pequenino e afinal os bifinhos eram uma delícia!

- Hum, mamã coelha, isto é delicioso! - exclamou a Eduarda

Comeu tudo e ainda pediu mais uns bifinhos. Os coelhinhos também repetiram e quando a Eduarda olhou para eles, reparou que os seus olhos brilhavam como se fossem faróis.

- Mamã coelha, os teus filhos têm os olhos tão brilhantes!

- Tu também tens, Eduarda. Depois de jantar vais ver-te ao espelho. Agora vamos comer gelado de cenoura.

- Blergh! Mamã coelha, isso é que deve ser mesmo mau. Não quero, obrigada.

- Vá, tens de provar. Também não querias sopa e comeste e os bifinhos ainda repetiste. Já devias perceber que sou boa cozinheira.

A Eduarda provou uma colher de gelado e adorou. Repetiu três vezes!

- Mamã coelha, é divinal! Adorei o teu jantar. Agora tenho sono. Posso ir dormir?

A mamã Coelha levou a Eduarda ao pé de um espelho e a menina sorrindo disse:

- Que olhos tão brilhantes!

- Vá, agora vais dormir naquela caminha ao pé dos meus filhotes. É uma caminha de palha, mas é muito quentinha

A Eduarda dormiu a noite toda, até que de manhã acordou com os barulhos das brincadeiras dos coelhinhos.

- Bom dia, mamã coelha. Estou cheia de fome - disse a Eduarda

- Vem para a mesa, o pequeno almoço está pronto. Depois vou levar-te até perto da tua aldeia. Os teus pais devem estar preocupados.

A Eduarda sentou-se à mesa e perguntou o que era o pequeno almoço

- É leite de cenoura e pão com cenoura.

- Bem, já não digo nada, deve ser bom - respondeu a Eduarda

E realmente era tudo delicioso.

Depois do pequeno almoço, veio a dona toupeira tomar conta dos pequenos coelhinhos e a mamã coelha foi levar a menina até à aldeia.

- Eduarda, agora é já ali à frente. Volta sempre que quiseres.

- Obrigada, mamã coelha. Gostei muito das tuas comidas.

E lá foi a correr.

Em casa, os pais choravam, pois não sabiam da sua filhinha.

- Mãe, pai, voltei. Perdi-me na floresta e dormi numa toca com coelhinhos. Vou contar-vos a minha aventura.

Contou-lhes tudo e quando a mãe perguntou o que a Eduarda queria almoçar, pediu sopa de cenoura, para ficar com os olhos a luzir como faróis.

A mãe estava impressionada e a partir daquele dia a Eduarda passsou sempre a comer cenouras e outros legumes, pois queria ter os olhos brilhantes como dois faróis e os dentes brancos como a neve.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A menina Berlam bam bam


Um dia a Marta não queria comer uma maçã...









Era uma vez uma menina que se chamava Mariana Almeida Capela e tinha nove anos.
A Mariana sabia ler e escrever, mas não falava como nós falamos.
Os seus pais andavam preocupados e não sabiam o que fazer.
- Mariana, que queres para o jantar?
A menina apontava para a sopa e para o peixe e dizia:
- Bam, barlam, berlam, bam, bam
- Sopa e peixe?
- Bam - respondia a Mariana
Os seus pais decidiram que tinham de levar a filha ao médico.
No dia seguinte lá foram eles ao hospital.
- Olá, bom dia, sou o médico da Mariana. Olá, Mariana, chamo-me Picas, estás boa?
- Bam, bam. - respondeu a Mariana
- Bam, bam? - pergunta o médico. Já não és bebé, não acredito que não saibas falar
- Bom, vamos fazer umas análises à Mariana, para ver o que se passa.
O médico tirou sangue para análise, viu-lhe a garganta e não encontrava nada de errado.
As análises estavam boas e o dr. picas estava cada vez mais confuso.
Chamou então a doutora Kikas para o ajudar
- Dra. Kikas, a Mariana tem nove anos, não sabe falar, as análises e a garganta estão boas, não sei que possa ser.
A dra Kika pensou, pensou, olhou, olhou e perguntou:
- Mariana, já alguma vez comeste maçãs?
- Blergh, bum, bão - disse com cara de desagrado
- Não, dra Kika, a Mariana nunca comeu maçãs e não gosta - disse a mãe da Mariana
A dra descascou uma maçã bem docinha e pediu à Mariana que a comesse.
- Blergh, bã, bão, bam
- Vá lá, vais ver que gostas
Muito contrariada a Mariana deu uma dentadinha na maçã e os seus olhos luziram. Comeu mais um pouco, já a gosto e depois todo o resto da maçã.
- Hum, que deliciosa esta maçã!!! - disse a Mariana - Já sei falar!!!!!!!!!!! Já sei falar!!!!!
E a partir desse dia, e como gostou tanto da maçã e não queria voltar a deixar de falar, sempre que podia a Mariana comia maçãs.

A Beatriz e os dentes pretos





Esta foi contada um dia, quando a Marta me pedia insistentemente por chocolates, chupas e afins



Era uma vez uma menina que se chamava Beatriz e que tinha um frigorífico só para ela, na sala.
Quando a mãe queria que ela comesse sopinha ou os pratinhos que fazia com tanto carinho, a Beatriz dizia que não gostava e lá ia ela ao seu frigorífico.
Lá dentro só havia chupas, chocolates, bolachas, gomas e era só o que a Bia comia.
Um dia quando a Beatriz estava a comer um chupa, caiu-lhe um dente. Plim!
Nem se preocupou. Pensou para si que ainda tinha muitos dentes.
No dia a sehuir, ao morder um chocolate... Plim, mais dois dentes.
Também não ligou. À tarde comeu umas gomas e os dentes caíram todos.
- Mãe!!!!!!!!!!!! - gritou
- Diz filha, que se passa?
- Cairam-me todos os dentes! E agora? - perguntava a Beatriz
- Agora tens de começar a comer as minhas comidas e outros dentes virão. Eram dentes de leite, mas os próximos se cairem já não nascem. E os teus estavam todos pretos e feios.
A Beatriz estava triste, desolada.
Começou a comer tudo o que a mãe lhe dava e o seu frigorífico foi esvaziado.
Os dentinhos lá começaram a crescer e quando os tinha todos começou novamente a comer só doces.
Depressa se esqueceu do que lhe tinha acontecido.
Um dia olhou-se ao espelho e os dentes estavam todos pretos. Que horror!
- Mãe, tenho os dentes todos pretos. - disse aflita
- Tens de comer só a minha comida e não podes voltar a comer doces. Não queres ter um sorriso bonito?
- Sim, mãe - respondeu entristecida
Os seus dentes voltaram a ficar branquinhos e o seu sorriso voltou a ser lindo!
Todos os dias comia maçãs para ajudar a ter os dentes brancos e nunca mais na sua vida comeu doces.

Jiribicas




Esta estória foi contada quando a minha filhota estava a largar as fraldas...





Era uma vez uma menina que se chamava Jiribicas. Esta menina tinha 4 anos e era muito muito porquinha.
Um dia, a Jiribicas estava a brincar no seu quarto e deu-lhe uma vontade imensa de fazer cócó.
Ora, como era muito porquinha e também muito preguiçosa, resolveu fazer ali mesmo no chão do seu quarto.
A sua mãe, que estava na cozinha a fazer o jantar, começou a sentir um cheiro HORRÍVEL e chamou pela filha.
- Jiribicas, que cheiro é este? Onde estás, filha?
A Jiribicas ficou calada que nem um rato e escondeu-se debaixo da cama.
Quando a mãe chegou ao quarto ficou muito zangada com a Jiribicas e como ela tinha um pé à vista, foi buscá-la debaixo da cama e disse-lhe:
- Jiribicas, tu não és bebé, tens quatro anos e não podes continuar assim ou nunca vais ter amigos. Hoje vais de castigo para a cama, sem jantar.
- Mas mãe, estou cheia de fome, eu não volto a fazer isto, prometo.
- Não, não. Tens de aprender. Hoje não jantas. Já para a cama! - disse-lhe a mãe.
A Jiribicas ficou muito triste e com a barriga a dar horas.
No dia seguinte, de manhã cedo, foi tomar o pequeno almoço.
A sua mãe continuava zangada e disse-lhe para comer depressa para ir para a escola.
Quando entrou na sua sala do Infantário, os meninos taparam o nariz, pois a Jiribicas cheirava muito muito mal e a educadora foi abrir as janelas.
- Jiribicas, tens de começar a tomar banho antes de vir para a escola e a aprender a ser mais limpinha.
Nenhum dos meninos queria brincar com a Jiribicas, excepto a Marta, a sua única amiga.
- Vanessa, posso ir à casa de banho? - perguntou a Jiribicas à educadora.
- E eu? Eu também posso ir? - Perguntou logo a Marta.
- Podem, sim. Jiribicas, limpa o teu rabinho com uma toalhita e lava as mãos. Marta vê se ela faz como estou a pedir.
Saíram da sala e como o corredor estava vazio, a Jiribicas disse à Marta:
- Fazemos já aqui, não me apetece andar até à casa de banho.
- Jiribicas, tens de deixar de ser preguiçosa e porca. Assim ninguém quer estar ao pé de ti! - disse-lhe a Marta em tom zangado.
Lá foram as duas à casa de banho e a Jiribicas limpou-se com uma toalhita.
Estava a sair para voltar para a sala, quando a Marta lhe perguntou:
- Jiribicas, lavaste as mãos?
- Não, não é preciso - respondeu a Jiribicas com um sorriso maroto.
- Jiribicas, lava as mãos se faz favor. Não queres que a Vanessa se zangue, pois não?
- Está bem, eu lavo - disse a Jiribicas triste
Quando chegaram à sala a Vanessa ficou contente por ver que a Jiribicas tinha feito o que lhe pedira.
À tarde, a Marta tinha tomado uma decisão. Gostava muito da sua amiga, mas já não aguentava o seu mau cheiro.
Agarrou em dois sacos de papel, um com roupas lavadas, outro com gel de banho, shampôo, creme hidratante e perfume e dirigiu-se a casa da Jiribicas.
Quando a mãe da Jiribicas lhe abriu a porta, a Marta disse-lhe:
- Temos de dar um banho à Jiribicas. Ninguém aguenta o mau cheiro.
Então, apesar dos fortes protestos da Jiribicas, lá a levaram ao colo para a banheira. Ela lá tentou fugir, mas a mãe agarrou-a com força.
A Marta começou a esfregar a Jiribicas, com palha de aço! Sim, ela estava tão suja que só com a esponja não se conseguia tirar a sujidade.
Depois secaram-na, passaram o hidratante no corpo, puseram-lhe perfume e vestiram-na com as roupas lavadinhas.
- Que cheirinho bom - dizia a Marta - E és tão bonita. Olha para o espelho
A mãe tinha-a penteado e quando se olhou ao espelho sorriu.
- Não estou nada mal! - exclamou a Jiribicas.
Quando chegaram à escola, a educadora nem reconhecia a Jiribicas.
- Quem és tu? - perguntou
- Sou eu, a Jiribicas!
- Ahhhhhhhhhh, tão linda, tão cheirosa. Assim sim, pareces uma princesa!
Todos os meninos quiseram brincar com a Jiribicas e ela nunca mais deixou de tomar banho e de cuidar da sua higiene.